Revisão de Ritmos

Revisão de Ritmos: Entendendo os Ritmos Cardíacos em ACLS

O Suporte Avançado de Vida Cardiovascular (ACLS) é uma área essencial da Medicina que capacita profissionais de saúde a agir de forma rápida e eficiente em emergências cardíacas. Um dos pilares do protocolo ACLS, conforme as diretrizes da AHA ACLS e instituições renomadas como o Dante Pazzanese, é o reconhecimento dos ritmos cardíacos. Neste conteúdo educativo, vamos explorar os ritmos de parada de forma didática, prática e alinhada com o que você precisa saber para o curso ACLS, o exame ACLS ou a prova do ACLS. Se você busca um material confiável, inclusive um ACLS PDF, para a certificação ACLS 2025, este texto é para você!

Ritmos de Parada Cardíaca: Os 4 Cestos Essenciais

Em uma parada cardíaca, os ritmos são organizados em quatro grandes grupos:

  • Fibrilação Ventricular (FV)
  • Taquicardia Ventricular sem Pulso (TVSP)
  • Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP)
  • Assistolia

Esses são os pilares do algoritmo ACLS, e entendê-los é crucial para quem atua no suporte avançado de vida.

Vamos detalhar cada um deles de forma clara e prática.

Ritmos Chocáveis: FV e TV Sem Pulso

Os ritmos chocáveis são aqueles em que a desfibrilação é a conduta principal. Estamos falando de FV e TVSP. Mas como diferenciá-los? A pergunta certa é: "Nesse ritmo, as coisas se repetem?"

Fibrilação Ventricular (FV)

Aqui, a resposta é não. O traçado no monitor é caótico, sem padrão repetitivo. O coração está em um estado de desordem elétrica, incapaz de bombear sangue.

Ventricular-Fibrillation

Fibrilação Ventricular – as coisas não se repetem.

Taquicardia Ventricular sem Pulso (TVSP)

Aqui, a resposta é sim. O traçado mostra um padrão repetitivo, com complexos QRS largos que se sucedem rapidamente. É uma taquicardia ventricular que, em uma parada, não gera pulso.

Taquicardia Ventricular sem Pulso

Taquicardia Ventricular – QRS largo e as coisas se repetem.

Bônus: Taquicardia Ventricular Polimórfica e Torsades de Pointes

E a TV polimórfica? Vale a pena conversarmos sobre ela porque os alunos sempre têm dúvidas. A Fibrilação Ventricular é um subtipo de TV polimórfica, sabia disso? Assim como a famosa Torsades de Pointes, que também é um subtipo de TV polimórfica, mas que tem um padrão ondulante característico, como uma "dança" no monitor. Em parada, se não há pulso, todos os ritmos cujas coisas não se repetem são tratados como FV, pois nela, as coisas não se repetem.

Torsades de Pointes

Torsades de Pointes – as coisas não se repetem. Encarar como FV.

Este ECG acima é uma Torsades de Pointes. Em uma parada, qual a pergunta que importa? As coisas se repetem? Não? Então, tratar como FV e desfibrilar o paciente.

Qual a pergunta certa mesmo?

NESTE RITMO AS COISAS SE REPETEM?

  • Sim - TV
  • Não - FV

FV ou TV sem pulso? Nunca mais erre com este algoritmo

FV ou TV sem pulso? Nunca mais erre com este algoritmo
Conduta

Nos ritmos chocáveis, o foco do protocolo ACLS é a desfibrilação imediata. Só lembre-se: na Taquicardia Ventricular, se houver pulso, não é parada — aí a abordagem muda. Por isso, em contexto de parada, chamamos de TV sem pulso (TVSP).

Ritmos Não Chocáveis: AESP e Assistolia

Agora, vamos aos ritmos em que o choque não é a solução: AESP e Assistolia.

Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP)

Esse é o "coringa" dos ritmos de parada. Qualquer atividade elétrica no monitor que não seja FV ou TVSP, em um paciente sem pulso, é classificada como AESP. Pode ser um ritmo sinusal, uma fibrilação atrial (FA) ou até um bloqueio atrioventricular total (BAVT) — se não há pulso, é AESP.

Exemplo de Sinusal

Atividade elétrica. Se o paciente estiver inconsciente, pode estar em parada cardiorrespiratória. Cheque o pulso – se ausente, é AESP.

AESP

Outro exemplo de Atividade Elétrica Sem Pulso (AESP).

Esses dois ritmos possuem atividade elétrica. Em uma parada, se não há pulso, o ritmo é classificado como AESP.

A chave aqui é checar o pulso. Sem pulso, o coração pode gerar sinais elétricos, mas não bombeia sangue.

Assistolia

Atenção redobrada aqui! Ao ver uma linha reta no monitor, chame-a inicialmente de "linha reta" para descartar problemas técnicos (cabos soltos, ajuste de ganho ou troca equivocada de derivações). Se a linha reta persistir, o diagnóstico é de Assistolia.

Assistolia

Linha reta no monitor. Só depois de checar cabos, ganhos e derivações, pode-se confirmar assistolia.

Dica prática: Assistolia é a ausência total de atividade elétrica – o "silêncio" do coração no monitor.

Curso de ECG com José Alencar

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Quem sou eu

Instrutor de ACLS no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia

Revisão de Arritmias: Entendendo os Ritmos de Taquicardia e Bradicardia no ACLS

O Suporte Avançado de Vida Cardiovascular (ACLS) é um pilar da Medicina que capacita profissionais de saúde a atuar em emergências cardíacas com base em protocolos ACLS atualizados, como os da AHA ACLS e instituições de referência, como o Dante Pazzanese. Após explorar os ritmos de parada no algoritmo ACLS, agora é hora de mergulhar nas arritmias, com foco em taquicardia e bradicardia. Este conteúdo é perfeito para quem está se preparando para o curso ACLS, o exame ACLS, a prova do ACLS ou busca um material confiável, como um ACLS PDF, para a certificação ACLS 2025. Vamos aprender de forma didática e prática como identificar e diferenciar esses ritmos!

Taqui-arritmias: Ritmos Acelerados no ACLS

As taqui-arritmias são definidas por uma frequência cardíaca superior a 150 batimentos por minuto (bpm) e são classificadas em dois grandes grupos:

  • Ventriculares – Originadas nos ventrículos, com QRS largo.
  • Supraventriculares – Utilizam o sistema de condução atrial e nodal, apresentando QRS estreito.

Para simplificar, no contexto do ACLS:

  • QRS largo: Considere Taquicardia Ventricular (TV).
  • QRS estreito: É uma Taquicardia Supraventricular (TSV).

Não complique o que o curso ACLS já simplificou para você!

Taquicardias Ventriculares: QRS Largo em Foco

A Taquicardia Ventricular (TV) é quase sempre regular – o ritmo mantém um padrão repetitivo. Por isso, pergunte: "As coisas se repetem?"

  • QRS largo e regular: É TV. Se as coisas se repetem, então é TV!
Taquicardia Ventricular

QRS largo. As coisas se repetem? Sim? Então é TV!

Se o QRS for largo, mas o ritmo não se repetir, pode ser Taquicardia Ventricular Polimórfica ou até Fibrilação Ventricular (FV). Se sustentada, o paciente pode estar em parada cardiorrespiratória, exigindo desfibrilação imediata conforme as diretrizes ACLS 2025.

Fibrilação Ventricular

QRS largo. As coisas se repetem? Não? Então é FV!

Taquicardias Supraventriculares: QRS Estreito em Cena

As taquicardias supraventriculares (TSV) apresentam QRS estreito. Para diferenciá-las, observe se o ritmo é regular ou irregular.

  • Ritmo Irregular: Se os batimentos variam, é provável que seja Fibrilação Atrial (FA), onde os átrios fibrilam e o traçado é caótico.
  • Ritmo Regular: Se o ritmo é constante, é uma Taquicardia Supraventricular (TSV) reentrante, que responde a manobras vagais ou adenosina.
Fibrilação Atrial

QRS estreito e ritmo irregular: Fibrilação Atrial (FA)

Taquicardia Supraventricular

QRS estreito e ritmo regular → Deve ser TSV.

Exceção: Flutter Atrial

O Flutter Atrial, "irmão" da FA, pode ser regular ou irregular. Seu traçado mostra ondas F em formato de "dente de serra". Embora não responda às condutas padrão de TSV, na prática, se identificado, pode ser tratado como Flutter, mesmo que muitos cursos, como o ACLS Dante Pazzanese, não o abordem em detalhes.

Flutter Atrial

Flutter Atrial – Viu o serrilhado? Não se preocupe, isso não cai no ACLS.

Algoritmo de reconhecimento de Taquicardias

Algoritmo de reconhecimento de Taquicardias

Bradi-arritmias: Ritmos Lentos no ACLS

As bradi-arritmias são caracterizadas por frequências cardíacas abaixo de 60 bpm e podem indicar disfunções no sistema de condução. No suporte avançado de vida, o foco é identificar e tratar quando há instabilidade hemodinâmica.

Bradicardia Sinusal

Ocorre quando o nó sinusal dispara mais lentamente que o normal, mantendo um ritmo regular com QRS estreito. Comum em atletas, mas pode ser patológica em emergências.

Bradicardia Sinusal

Bradicardia Sinusal

Bloqueio Atrioventricular (BAV)

Os Bloqueios Atrioventriculares variam em gravidade:

  • BAV de 1º Grau: Ritmo regular com intervalo PR prolongado (geralmente sem indicação de tratamento no ACLS, a menos que haja sintomas graves).
  • BAV de 2º Grau (Mobitz I e II): Algumas ondas P não conduzem ao QRS. No Mobitz I (Wenckebach), o intervalo PR se alarga antes do bloqueio; no Mobitz II, não há alargamento prévio.
Mobitz I

Bloqueio Atrioventricular – Mobitz I. Olha o PQ alargando até a hora que a P não consegue mais trazer um QRS.

Mobitz II

Bloqueio Atrioventricular – Mobitz II. O PQ não avisa. Se mantém constante e, do nada, bloqueia.

BAV de 3º Grau (BAVT): Dissociação total entre átrios e ventrículos, com QRS que pode ser estreito ou largo, conforme o escape.

BAVT

Bloqueio Atrioventricular de 3º Grau (BAVT). A P tem sua velocidade e o QRS tem outra.

Uma dúvida comum é diferenciar bloqueios de 2º grau do BAVT:

  • Se o ritmo de QRS é regular, pense em BAVT.
  • Se o ritmo é irregular, trata-se de BAV de 2º grau. Então, observe se o PQ varia para definir se é Mobitz I ou II.
Verificação de Mobitz II

Bloqueio de 2º grau: ritmo irregular.

Verificação de BAVT

BAVT: ritmo é regular.

Legenda: Se o ritmo ventricular é regular, é BAVT.

No protocolo ACLS, se a bradicardia causar instabilidade (hipotensão, choque), a conduta – independentemente do ritmo – inclui atropina ou marca-passo, conforme as diretrizes da AHA ACLS.

Por Que Isso Importa no ACLS?

Dominar os ritmos de taquicardia (TV, FV, FA, TSV e Torsades de Pointes) e bradicardia é essencial para o algoritmo ACLS. Seja no ambiente online ou presencial, ou em centros de referência como o Dante Pazzanese, reconhecer esses padrões no ECG guia as intervenções que salvam vidas. Este conteúdo foi pensado para ser seu ACLS PDF virtual, ajudando na revisão para a certificação ACLS 2025 e na prova do ACLS.

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